quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O SINTAGMA “LITERATURA DE CORDEL”


·      Origem Ibérica: segundo Idelette Muzart-Fonseca dos Santos (2006), desde o século XVIII, o termo “cordel” era utilizado em Valença, sul da Espanha, designando um cordão ou uma linha.
·      Ainda no mesmo século: o termo passa a ser empregado em Portugal para designar um tipo de “teatro de cordel”.
·      De acordo com Carlos Nogueira (2004, p. 9), “Teófilo Braga [é] quem primeiro consagra [em] (...) [Portugal], de forma convincente, a designação “literatura de cordel”, que decerto recebemos de Espanha, porventura na primeira metade do século XIX, ou mesmo durante o século XVIII”.
·      No Brasil: a aparição no Brasil do sintagma “literatura de cordel” deveu-se, provavelmente, a Sílvio Romero, na obra Estudos sobre a poesia popular no Brasil (1879).
·      Segundo o poeta Gonçalo Ferreira da Silva (2001, p. 14), “o verbete cordel começou a marcar os primeiros e vacilantes passos a partir da publicação do Dicionário Contemporâneo de [Caldas] Aulete em 1881“.
·      De toda forma, convém lembrar que a expressão “literatura de cordel” só passou a ganhar força no Brasil a partir dos anos 60 do século passado, quando investigadores estrangeiros, como o francês Raymond Cantel, “trazendo essa nomenclatura da Europa, sub-repticiamente impuseram-na no Brasil, vindo os próprios poetas a canonizá-la através do emprego constante do sintagma.
·      Antes da consagração do sintagma “teatro de cordel”, os cordéis eram chamados simplesmente de “foiêtos” ou pelas seguintes expressões mostradas pela pesquisadora Ana Maria de Oliveira Galvão, em seu livro Cordel: leitores e ouvintes: “livrinho de feira”, “livro de estórias matutas”, “romance”, “folhinhas”, “livrinhos”, “livrozinho ou livrinho véio”, “livro de estória antiga”, “livro de poesias matutas”, “folheto de história de matuto”, “poesias matutas”, “histórias de João Grilo”, “história de João Martins de Athayde” ou, simplesmente, “livro”.
·      Já Liêdo Maranhão recolheu as seguintes denominações: “livro de Ataíde”, “estória do meu padrinho” (em referência ao Padre Cícero Romão Batista), “arrecifes” (por serem provenientes, em sua maioria, da cidade pernambucana de Recife) e “Abecês”.

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